O “estranho” tempo lógico diante das disruptivas fotografias de Diane Arbus

  • Mariah Neves Guerra Universidade de Brasília-UnB, Brasília, DF, Brasil.
  • Cristóvão Giovani Burgarelli Universidade Federal de Goiás-UFG, Goiânia, GO, Brasil.
  • Daniela Chatelard Universidade de Brasília-UnB, Brasília, DF, Brasil.
Palavras-chave: Diane Arbus, Tempo lógico, Unheimlich, Psicanálise, Art

Resumo

Qual é o tempo do “estranho”? Que tempo é esse em que se dá a experiência de estar diante da arte e ser estranhada por ela? Aqui parto da minha experiência de olhar as fotografias de Diane Arbus – que, em seu tempo disruptivo, retratava seus freaks, personagens produzidos em sua metodologia íntima de adentrar as casas e cotidianos das pessoas que fotografava. Aproximo esse tempo produzido por Arbus da teorização de Lacan sobre o Tempo Lógico para refletir sobre o tempo da minha experiência, diante da obra da fotógrafa, com o “estranho” – noção cunhada por Freud em 1919 para dizer dos instantes em que um objeto “estranho” provoca o retorno de uma familiaridade até então radicalmente esquecida quando estamos diante dele.

Biografia do Autor

Mariah Neves Guerra, Universidade de Brasília-UnB, Brasília, DF, Brasil.

Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica e Cultura pela Universidade de Brasília-UnB.

Cristóvão Giovani Burgarelli, Universidade Federal de Goiás-UFG, Goiânia, GO, Brasil.

Doutor em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP.

Pós-Doutorado pela Université Paris 8 – Vincennes-Saint-Denis.

Professor Associado II da Universidade Federal de Goiás-UFG.

Daniela Chatelard, Universidade de Brasília-UnB, Brasília, DF, Brasil.

Doutorado em Filosofia pela Université Paris 8 – Vincennes-Saint-Denis.

Professora Associada do Programa da Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília-UnB.

Referências

AMOR, A. R. O tempo da constituição do sujeito: considerações sobre o tempo na psicanálise. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

DIDI-HUBERMAN, G. D. O que vemos, o que nos olha. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2010.

DIDIER-WEILL, A. Nota azul: Freud, Lacan e Arte. Rio de Janeiro: Contra Capa, 1976-77.

FINGERMANN, D. O “tempo” de uma análise. In: Fórum do Campo Lacaniano (Org.). Anais do V Encontro Internacional da IF-EPFCL (p. 33-36). São Paulo: EPFCL, 2009.

FREUD, S. (1919). O Inquietante. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. (Obras completas, 14).

KEHL, M. R. O tempo e o cão: a atualidade das depressões. São Paulo: Boitempo, 2009.

KURAMOTO, A. A representação disruptiva de Diane Arbus: do documental ao alegórico. Dissertação (Mestrado). Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2006.

LACAN, J. (1945). O tempo lógico e a asserção de certeza antecipada. In: ______.Escritos. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1998. p. 197-213.

______. (1962). O seminário, livro 10: a angústia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

LISSOVISKY, M. O refúgio do tempo no tempo do instantâneo. Revista LugarComum, 8, p. 89-109, 1999.

MICHAELIS. Dicionário de português-inglês Michaelis. São Paulo: Melhoramentos, 2009.

PORGE, E. Psicanálise e tempo: o tempo lógico de Lacan. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 1998.

QUINET, A. Um olhar a mais: ver e ser visto na psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.

SONTAG, S. Estados Unidos, vistos em fotos, de um ângulo sombrio. In: ______. Sobre fotografia. São Paulo: Companhia das letras, 1977. p. 20-33.

Publicado
04-12-2019
Como Citar
GUERRA, M.; BURGARELLI, C.; CHATELARD, D. O “estranho” tempo lógico diante das disruptivas fotografias de Diane Arbus. Cadernos de Psicanálise | CPRJ, v. 41, n. 41, p. 155-172, 4 dez. 2019.
Seção
Artigos Temáticos