Memória e trauma
Resumo
O texto trata da relação entre memória, trauma e defesas egoicas. A tese sustentada é a de que o episódio traumático se caracteriza pela ameaça à ordem vital, isto é, às pulsões do ego ou pulsões de conservação. Desse aspecto, difere das frustrações impostas à ordem sexual. Na ameaça à ordem vital, a memória é requisitada como compulsão à repetição e a defesa egoica consiste, sobretudo, na imobilização do agente traumático. Na frustração libidinal, em contrapartida, a memória emerge na forma de evocação ou repetição e o ego lida com o desprazer substituindo o objeto de satisfação perdido ou fazendo refluir a descarga libidinal inibida para a organização narcísica. As vinhetas apresentadas a título de ilustrações da teoria mostram como a defesa egoica contra o trauma resulta em diversos sintomas clínicos e culturais.
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