A Lei do tráfico na horda brasileira

o Nome-do-pai na criminalidade

Palavras-chave: Nome-do-Pai, Imago paterna, Crime, Tráfico, PCC

Resumo

Resumo: Partindo do estudo da violência que ocorre no distrito de Sapopemba, interrogamos se o significante do Nome-do-Pai se mantém como baluarte à criminalidade. Primeiramente, investigaremos como a desagregação da família incide como causa da entrada no crime. Após constatar que não há uma dicotomia tão bem demarcada entre família e tráfico, mas uma fronteira tênue entre os dois mundos, demonstraremos que o pai é sempre uma figura carente e decrépita. Por fim, concluímos que no crime há a inscrição do significante do pai como aquele que permite o pacto entre os irmãos, o que se explicita na irmandade pelo Nome do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Biografia do Autor

André Fernando Gil Alcon Cabral, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Psicanalista. Doutorando em Estudos Psicanalíticos no programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestrado em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Especialização em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Graduado no Centro Universitário Newton Paiva. Uberlândia, MG, Brasil.

Aline Accioly Sieiro, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Psicanalista. Doutoranda em Estudos Psicanalíticos no programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestrado na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Professora no Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Membro fundadora da Haeresis Associação de Psicanálise. Uberlândia, MG, Brasil.

Referências

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Publicado
30-11-2020
Como Citar
CABRAL, A.; SIEIRO, A. A Lei do tráfico na horda brasileira. Cadernos de Psicanálise | CPRJ, v. 42, n. 43, p. 35-56, 30 nov. 2020.