Aparelho psíquico, memória e a noção de tempo nos primeiros textos de Freud

sobre as vicissitudes da linguagem

  • Dayanna Pereira dos Santos Instituto Federal de Educação de Goiás-IFG, Luziânia, GO, Brasil.
Palavras-chave: Aparelho psíquico, Linguagem, Memória, Tempo

Resumo

Este trabalho discute as implicações entre aparelho psíquico, memória e tempo nos primeiros textos da psicanálise considerando a noção do a posteriori evocada por Freud (1894) por meio do termo alemão nachträglich. Tal proposição exige uma reflexão sobre a noção de memória desenvolvida na Carta 52 (1896/1996) segundo a qual há diversos registros de memória nos quais um mesmo conteúdo, com o passar do tempo, poderia ser inscrito e transcrito conforme distintos princípios associativos da linguagem. Sob esse prisma, a memória possui como qualidade a não recuperação imediata de seu conteúdo, e disso advém uma apropriada autonomia com relação aos elementos da consciência.

Biografia do Autor

Dayanna Pereira dos Santos, Instituto Federal de Educação de Goiás-IFG, Luziânia, GO, Brasil.

Psicanalista – Mestre e Doutora em Educação, Universidade Federal de Goiás - UFG.

Docente do Instituto Federal de Educação de Goiás - IFG.

Membra do GT Psicanálise e Educação - ANPEPP.

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Publicado
04-12-2019
Como Citar
SANTOS, D. Aparelho psíquico, memória e a noção de tempo nos primeiros textos de Freud. Cadernos de Psicanálise | CPRJ, v. 41, n. 41, p. 21-37, 4 dez. 2019.
Seção
Artigos Temáticos