Desamparo e laços sociais na escola
uma oficina com adolescentes da rede pública
Resumo
O presente artigo é fruto de uma pesquisa em andamento, realizada na interface de psicanálise, educação e ciências sociais, a respeito do sofrimento psíquico na adolescência e suas expressões nas instituições educativas, interrogando-o naquilo que ele pode dizer sobre o estado do laço social no contemporâneo. Apresenta uma oficina realizada em duas escolas da rede pública do Estado do Rio de Janeiro, apostando na construção de um dispositivo de escuta analítica no coletivo como instrumento clínico e político. A partir disso, o artigo tece algumas considerações sobre os impasses relativos aos laços sociais nas escolas e como isso se articula com o desamparo expresso em palavras e em atos pelos adolescentes.
Referências
ABRAMOVAY, M.; SILVA, A. P.; FIGUEIREDO, E. Guia para diretores e professores: reflexões e práticas sobre violência e convivência escolar. Rio de Janeiro: FLACSO - Brasil, 2018.
ALBERTI, S. O adolescente e o outro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.
BIRMAN, J. O sujeito na contemporaneidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.
BROIDE, J.; BROIDE, E. E. A psicanálise em situações sociais críticas: metodologia clínica e intervenções. São Paulo: Editora Escuta, 2016.
BUTLER, J. Quadros de guerras: quando a vida é passível de luto? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.
CARRETEIRO, T. C. Sofrimentos sociais em debate. Psicologia USP, São Paulo, v. 14, n. 3, p. 57-72, 2003.
CASTANHO, P. Uma introdução psicanalítica ao trabalho com grupos em instituições. São Paulo: Editora Linear A-barca, 2018.
FREUD, S. (1950[1895]). Projeto para uma psicologia científica. Rio de Janeiro: Imago, 1996. p. 341-455. (Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, 1).
______. (1910). Breves escritos: contribuições para uma discussão acerca do suicídio. Rio de Janeiro: Imago, 1996. p. 245-246. (ESB, 11).
______. (1913). Totem e tabu. Rio de Janeiro: Imago, 1996. p. 13-169. (ESB, 13).
______. (1914). Algumas reflexões sobre a psicologia do escolar. Rio de Janeiro: Imago, 1996. p. 251-258. (ESB, 13).
______. (1920). Além do princípio do prazer. Rio de Janeiro: Imago, 1996. p. 13-72. (ESB, 18).
______. (1921). Psicologia de grupo e análise do ego. Rio de Janeiro: Imago, 1996. p. 73-146. (ESB, 18).
______. (1926). Inibições, sintomas e ansiedade. Rio de Janeiro: Imago, 1996. p. 81-173. (ESB, 20).
GUTIERRA, B. C. C. Adolescência, psicanálise e educação: o mestre “possível” de adolescentes. São Paulo: Avercamp, 2003.
KEHL, M. R. Introdução. In: ______. Função fraterna. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2000. p. 31-47.
______. A fratria órfã. In: ______. Função fraterna. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2000. p. 209-244.
KLAUTAU, P. O método psicanalítico e suas extensões: escutando jovens em situação de vulnerabilidade social. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, São Paulo, v. 20, n. 1, p. 113-127, 2017.
KUPFER, M. C. M. Amor e saber: a psicanálise da relação entre professor e aluno. In: Psicanalistas e educadores: tecendo laços. Rio de Janeiro: Wak Ed, 2009. p. 19-32.
LACAN, J. (1949). O estádio do espelho como formador da função do eu tal como nos é revelada na experiência psicanalítica. In: ______. Escritos. Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998.
______. (1954-1955). O seminário, livro 2: o eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge. Zahar, 1998.
LAPLANCHE, J.; PONTALIS, J-B. Vocabulário da psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
LIMA, M.; DIMENSTEIN, M. O apoio matricial em saúde mental: uma ferramenta apoiadora da atenção à crise. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v. 20, p. 625-635, 2016.
LUZ, V. P. da. Manual do advogado. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1999.
ROSA, M. D.; DOMINGUES, E. O método na pesquisa psicanalítica de fenômenos sociais e políticos: a utilização da entrevista e da observação. Psicologia & Sociedade, Pernambuco, v. 22, n. 1, p. 180-188, 2010.
______. Psicanálise implicada vicissitudes das práticas clinico-políticas. Revista da Associação Psicanalítica de Porto Alegre, Porto Alegre, v. 41, p. 29-40, 2013.
______. Psicanálise, política e cultura: a clínica em face da dimensão sócio-política do sofrimento. Livre-docência. Universidade de São Paulo, 2015.
______. A clínica psicanalítica em face da dimensão sociopolítica do sofrimento. São Paulo: Escuta, 2016.
SANTOS, E. G. dos; SADALA, M. da G. S. Alteridade e adolescência: uma contribuição da psicanálise para a educação. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 38, n. 2, p. 555-568, 2013.
Copyright (c) 2020 Cadernos de Psicanálise | CPRJ
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
