Uma gambiarra clínica para invasões extraterrestres

Resumo

É abordado neste artigo um caso clínico em que se discutem a urgência subjetiva diante de um surto psicótico e as possibilidades de acolhimento do sujeito em um CAPS. A partir da escuta e do ato analítico, pode-se incutir ao caso a composição de uma “gambiarra” clínica, em que o improviso e a posição de não-saber do analista, enquanto objeto a, dá lugar a um “saber se virar” diante do inusitado da psicose. Isso significa dizer que diante da invenção do dito esquizofrênico, da criação de recursos frente ao traumatismo, o analista forja uma relação que pode fazer amarras para sustentar o corpo em fragmentação do psicótico, dar-lhe um endereçamento para que o delírio faça sentido. O ex-sistir do sujeito, amparado pelo analista em seu arranjo, é capaz de destituir a procura insaciável do algoritmo que responde pelo Outro-Internet e provocar sentidos em seu existir, produzir seu próprio lugar.