Movimento psicanalítico
invisibilidades e desmentidos
Resumo
No presente artigo, o autor examina a dimensão política que atravessa o movimento psicanalítico desde o estabelecimento do célebre tripé – análise pessoal, supervisão e formação teórica no Instituto de Psicanálise de Berlim, a partir de 1920. Se antes a transmissão da psicanálise, como observado nas reuniões de quarta na casa de Freud, se baseava em uma orientação ética que, relativa às diferenças entre os analistas, tinha como resultado as trocas e as produções teó-
ricas, a partir de 1920, houve um deslocamento para o campo moral das instituições psicanalíticas, em que passou a preponderar o caráter de quem poderia se tornar analista, segundo critérios de exclusão de certas práticas, perdendo-se de vista a multiplicidade na relação dos sujeitos com o laço social. Especificamente, este texto busca tratar de que maneira esse deslocamento afetou a psicanálise brasileira no sentido de promover uma despolitização de suas instituições até as eleições de 2018, o que implicou uma série de desmentidos e invisibilidades concernentes à especificidade do contexto sócio-político brasileiro.
Referências
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