Um tríptico
sobre projetos sociais da psicanálise migrante
Resumo
Os artigos que se seguem formalizam as falas da mesa redonda Psicanálise em extensão: extensões em psicanálise, realizada no CPRJ em novembro de 2022. Neles, três psicanalistas expõem projetos sociais em que a psicanálise migrou seja para o atendimento de populações historicamente desassistidas de cuidados de saúde mental, seja trabalhando com grupos de migrantes – numa sala de pré-vestibularcomunitário ou numa oficina de mulheres em uma instituição cultural.
Nesta introdução gostaríamos de destacar características destes projetos inovadores, propondo uma leitura em forma de tríptico que evidencie a potência das questões abordadas e das opções metodológicas dos três projetos: o Projeto Ponte (migrantes), o Projeto Travessia (mulheres em instituição cultural) e o Projeto Tá na Roda (vestibular comunitário).
A migração da psicanálise teve início ainda com Freud quando, em 1918, propôs a institucionalização das clínicas públicas como forma de a população em geral ter acesso à psicanálise. As clínicas públicas de Berlim, Viena e Budapeste floresceram e influenciaram o movimento psicanalítico. No Brasil, Kattrin Kemper – antiga participante da Clínica popular de Berlim – e Hélio Pellegrino fundaram em 1973 uma Clínica social pioneira no atendimento a preços simbólicos e com o funcionamento baseado em banco de horas concomitantemente à criação do CPRJ. Hoje, mais uma vez, a democratização da psicanálise está no foco do movimento psicanalítico brasileiro, sendo o atendimento de populações desassistidas e fora do consultório um dos eixos deste processo.
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