De uma metapsicologia borderline e sua relação com o manejo clínico na conjugalidade

  • Mariana Kehl Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Palavras-chave: Borderline, Metapsicologia, Clínica, Conjugalidade

Resumo

A instituição de novos paradigmas e a fragmentação de valores tradicionais constituem-se como marcas da contemporaneidade. A clínica reflete as transformações da cultura e é convocada a se ocupar de confgurações subjetivas que podem se apresentar sob a forma de quadros denominados borderline, circunscritas pela presença de elementos traumáticos e hiatos expressivos no âmbito da capacidade representacional dos sujeitos. Considerando-se a importância para a práxis psicanalítica e a escassez de trabalhos que se dediquem à conjugalidade nas patologias narcísico-identitárias e seu tratamento, o objetivo deste trabalho é realizar uma reflexão teórica acerca de uma metapsicologia dos casos limítrofes e as especifcidades de seu manejo clínico no contexto do atendimento de casais.

Biografia do Autor

Mariana Kehl, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Psicanalista, Psicóloga/Faculdade de Ciências Médicas – Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), graduação em psicologia/Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)/Eberhard Karls Universitat Tubingen, mestrado em Psicologia Clínica/Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)/Universidad Autónoma de Madrid, doutoranda em Psicologia Clínica/Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

Referências

BION, Wilfred Ruprecht (1962). Uma teoria sobre o pensar: estudos psicanalíticos revisados. Rio de Janeiro: Imago, 1994.
______. Learning from experience. London: Karnac Books, 1962.
BIRMAN, Joel. Mal-estar na atualidade: psicanálise e as novas formas de subjetivação. 5. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
CARDONA, Betty et al. A Couple in Crisis: A Case Study with Implications for Counseling. Te Family Journal, 21(2), p. 217-222, 2013.
CASSORLA, Roosevelt Moisés Smeke. O psicanalista, o teatro dos sonhos e a clínica do enactment. London: Karnac Books, 2015.
FIGUEIREDO, Luis Cláudio. Elementos para uma clínica contemporânea. São Paulo: Escuta, 2003.
FREUD, Sigmund (1950[1895]). Projeto para uma psicologia científca. Rio de Janeiro: Imago, 1990. (Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, 1).
______. (1912). A dinâmica da transferência. Rio de Janeiro: Imago, 1990. (ESB, 12).
______. (1915). Observações sobre o amor transferencial (Novas recomendações sobre a técnica da psicanálise III). Rio de Janeiro: Imago, 1990. (ESB, 12).
GOMES, Isabel Cristina; LEVY, Lidia. Psicanálise de família e casal: principais referenciais teóricos e perspectivas brasileiras. Aletheia, Canoas, n. 29, p. 151-160, jun. 2009.
JUNQUEIRA, Camila; COELHO JUNIOR, Nelson. Interpretação e manejo do enquadre na clínica de pacientes-limite. Tempo Psicanalítico, 40(1), p. 137-157, 2008.
KERNBERG, Otto. Psicoterapia psicodinâmica de pacientes borderline. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.
KLEIN, Melanie (1946). Notas sobre alguns mecanismos esquizoides. In: ______. (1946-1963). Inveja e gratidão e outros trabalhos. Rio de Janeiro: Imago, p. 20-43, 1991.
______. (1952). As origens da transferência. In: ______. (1946-1963). Inveja e gratidão e outros trabalhos. Rio de Janeiro: Imago, p. 70-80, 1991.
LACHKAR, Joan. Te Narcissistic/Borderline Couple: A psychoanalytic perspective on marital treatment. Philadelphia, PA, US: Brunner/Mazel, 1992.
______. Te Narcissistic/Borderline Couple: New Approaches to Marital Terapy. New York: Taylor & Francis, 2003.
LAPLANCHE, Jean ; PONTALIS, Jean-Bertrand (1967). Vocabulário de psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
MCCORMACK, Charles. Treating Borderline States in Marriage: Dealing with Oppositionalism, Ruthless Agression, and Severe Resistance. Northvale, NJ: Jason Aronson, 2000.
MONTEIRO, Raquel Rubim Del Giudice; CARDOSO, Marta Rezende. A relação eu/ outro nos estados limites: aspectos teóricos e clínicos. In: HERZOG, Regina; PACHECO-FERREIRA, Fernanda (Orgs.). De Édipo a Narciso: a clínica e seus dispositivos. Rio de Janeiro: Cia de Freud, UFRJ; Brasília, DF: CAPES PRODOC, 2014, p. 161-177.
RUSZCZYNSKI, Stanley. Psychotherapy with Couples: Teory and Practice at the Tavistock Institute of Marital Studies. London: Karnac Books, 1993.
SOUZA, Julia Girnos Elias; CAMPOS, Érico Bruno Viana. A contratransferência e a importância das capacidades do analista na prática psicanalítica contemporânea. Impulso: Revista de Ciências Sociais e Humanas, 24, p. 123-132, 2014.
VILLA, Fernanda Collart; CARDOSO, Marta Rezende. A questão das fronteiras nos estados limites. In: CARDOSO, Marta Rezende (Org.). Limites, São Paulo: Escuta, 2004.
WINNICOTT, Donald Woods (1941). Observação de bebês em uma situação estabelecida. In: ______. Textos selecionados da pediatria à psicanálise. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982, p. 139-164.
______. (1945). Desenvolvimento emocional primitivo. In: ______. Textos selecionados da pediatria à psicanálise. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982, p. 247-268.
______. (1949). O ódio na contratransferência. In: ______. Da pediatria à psicanálise. Rio de Janeiro: Imago, 2000.
Publicado
28-11-2018
Como Citar
KEHL, M. De uma metapsicologia borderline e sua relação com o manejo clínico na conjugalidade. Cadernos de Psicanálise | CPRJ, v. 40, n. 39 jul/dez, p. 213-227, 28 nov. 2018.