Circulando a Palavra

 
 
Nota de repúdio
Um pelourinho chamado Brasil
 O Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro vem a público manifestar o seu mais profundo e veemente repúdio ao brutal assassinato de Moïse Mujenyi Kabagambe, 24 anos. Pés e mãos amarrados, foi espancado até a morte no quiosque onde trabalhava. Um refugiado da violência e dos horrores da guerra fratricida do Congo, encontra aqui a sua mais brutal expressão.
As imagens, bárbaras, ferozes, apavorantes, parecem congelados no tempo. Elas denunciam o pior da brasilidade, as marcas deixadas pelos séculos de escravidão. O racismo, a xenofobia e a violência, estes são denunciados de forma crua, sem disfarces: um rapaz africano, pede ao senhor o que lhe é devido, e tem como resposta à sua reivindicação insolente, o “açoite” impiedoso até a morte. Este ato atroz, repugnante, vergonhoso, vem acontecendo desde o século XVI, em praça pública, em praia pública, à vista de todos, sem constrangimento. Assim, através do genocídio da juventude negra, pois a cada 23 minutos um jovem negro é morto, vamos cumprindo o processo eugênico de “branqueamento” da população, ideal cívico desde o século XIX e que agora, é amplificado pelo discurso de ódio, a tudo que se supõe “diferente”. Nossa tragédia, o racismo estrutural, aliado à banalidade do mal, termina por permitir que a desumanização do outro, colocado na condição de “coisa”, possa ser uma vida matável.
O conflito explicitado na cultura é espelho de nossa própria constituição subjetiva marcada pela presença do conflito pulsional. Assim, a imagem de uma democracia racial, de um povo “cordial “, durante muitos anos nos fez dormir “em berço esplendido”, escondendo nossa matriz violenta, nosso racismo, misoginia, desigualdade e injustiça sociais. No entanto, mais do que nunca, estes últimos agora se fazem presentes. De costas para o mundo civilizado, nos tornamos pária entre os países do Ocidente, já que compactuamos com a morte e a barbárie. Por isso, tão fundamental se faz o desprezo, a indignação e o repúdio à perpetração deste bárbaro assassinato, fazendo ecoar nosso clamor por justiça.
É preciso que seja dito: Basta!!!!
Moïse, Durval e tantos outros… Presente! Vidas negras importam!!!
O Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro vem a público manifestar o seu mais profundo e veemente repúdio ao brutal assassinato de Moïse Mujenyi Kabagambe, 24 anos. Pés e mãos amarrados, foi espancado até a morte no quiosque onde trabalhava. Um refugiado da violência e dos horrores da guerra fratricida do Congo, encontra aqui a sua mais brutal expressão.
As imagens, bárbaras, ferozes, apavorantes, parecem congelados no tempo. Elas denunciam o pior da brasilidade, as marcas deixadas pelos séculos de escravidão. O racismo, a xenofobia e a violência, estes são denunciados de forma crua, sem disfarces: um rapaz africano, pede ao senhor o que lhe é devido, e tem como resposta à sua reivindicação insolente, o “açoite” impiedoso até a morte. Este ato atroz, repugnante, vergonhoso, vem acontecendo desde o século XVI, em praça pública, em praia pública, à vista de todos, sem constrangimento. Assim, através do genocídio da juventude negra, pois a cada 23 minutos um jovem negro é morto, vamos cumprindo o processo eugênico de “branqueamento” da população, ideal cívico desde o século XIX e que agora, é amplificado pelo discurso de ódio, a tudo que se supõe “diferente”. Nossa tragédia, o racismo estrutural, aliado à banalidade do mal, termina por permitir que a desumanização do outro, colocado na condição de “coisa”, possa ser uma vida matável.
O conflito explicitado na cultura é espelho de nossa própria constituição subjetiva marcada pela presença do conflito pulsional. Assim, a imagem de uma democracia racial, de um povo “cordial “, durante muitos anos nos fez dormir “em berço esplendido”, escondendo nossa matriz violenta, nosso racismo, misoginia, desigualdade e injustiça sociais. No entanto, mais do que nunca, estes últimos agora se fazem presentes. De costas para o mundo civilizado, nos tornamos pária entre os países do Ocidente, já que compactuamos com a morte e a barbárie. Por isso, tão fundamental se faz o desprezo, a indignação e o repúdio à perpetração deste bárbaro assassinato, fazendo ecoar nosso clamor por justiça.
É preciso que seja dito: Basta!!!!
Moïse, Durval e tantos outros… Presente! Vidas negras importam!!!
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 Da Poian, Carmen – PSICANÁLISE AMPLIANDO A ESCUTA – 13-12-2021
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 Belo, Carlos Augusto – Encontro Edson Winnicott – 11-08-2021
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 Arreguy, Marília Etienne – Um torturador na história da psicanálise – 13/04/2021
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 Tavora, Lea – “Freud”
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 Lannes, Edson Soares – “Melanie Klein”
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 Prochet, Neyza – “Winnicott”
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 Matz, Rosa Jeni – “Lacan”
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 Da Poian, Carmen  – “A Psicanálise e o Tempo e o Tempo na Psicanálise.”
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 Armony, Nahman – “De Como a Filosofia Pode Ajudar um Psicanalista.“
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 Da Poian, Carmen – “A resistência do humano.”
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 Guedes, José Carlos – “Filhos…Filhos? Melhor não tê-los?”
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 Da Poian, Carmen – “Em que sentido podemos falar de um ‘sujeito social’?”
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 Armony, Nahman -“Bem-estar e mal-estar do homem moderno e pós-moderno”
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 Valadares, Jorge de Campos – “O encontro com um homem de bem”
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 Matz, Rosa Jeni – “Projeto para o estudo sobre a temática da violência em Lacan“
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 Da Poian, Carmen – “Do ódio à violência“
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 Jabour, Denise Cipriano – “Um aporte linguístico ao conceito de denegação: A polifonia linguística”
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 Serra, Sônia Caldas – “Autismo infantil: Abordagem psicoanalítica”
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 Lannes, Edson Soares – “Na fronteira do viver”
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 Silva, Paulo Sérgio Lima – “Psicanálise dos excessos, excessos da psicanálise e alguma apatia”
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 Kemper, Kattrin – “Quanto a agressão – seus aspectos onto e filogenéticos”
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