Primórdios
Clínica pais-bebê: histórico, conceitos
e modalidades de abordagem
v.10 n.10 2024
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Cadernos de Psicanálise (CPRJ)
“Apenas a matéria vida era tão fina”:
Traumatismo da ordem vital e princípio da realidade
v.46, n.50 jan./jun. 2024
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Conversando com Amigos da Psicanálise
Homenagem a um psicanalista de destaque no cenário da psicanálise brasileira: Hélio Pellegrino
n.1 2024
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A cada mês, as inscrições (via whatsapp 21 99245-2752) permanecerão abertas enquanto houver vagas disponíveis. Só atendemos pessoas da região metropolitana do Rio de Janeiro. Vagas reduzidas.
Obs: Nossos atendimentos não são gratuitos.
Psicanalistas membros efetivos e associados em formação oferecem atendimento individual para adultos e adolescentes, e atendimento em grupo para mulheres. Não realizamos atendimentos de emergência.
Horário de atendimento: De segunda à sexta-feira, das 10h às 16h.
(21) 99245-2752 (Whatsapp) para agendamento da entrevista de triagem.
A cada ano, a Comissão de Formação Permanente do CPRJ escolhe um tema que irá nortear nossas reflexões e inspirar nossos encontros. Esta escolha busca contemplar questões e impasses em evidência na cultura e no dia a dia da clínica psicanalítica e que demandem maior aprofundamento, outras abordagens e novas articulações teóricas e clínicas. Dentro desta perspectiva, todas as mesas-redondas e conferências que acontecem no ano, bem como os Cadernos de Psicanálise do CPRJ são dedicados ao tema escolhido naquele ano.
TEMA DO ANO 2024:
“Apenas a matéria vida era tão fina”:
Traumatismo da ordem vital e princípio da realidade
CONVITE PARA SUBMISSÃO DE ARTIGOS PARA OS CADERNOS DE PSICANÁLISE (CPRJ)
Prezados Colegas,
Neste ano de 2024, o tema de trabalho do CPRJ é:
“Apenas a matéria vida era tão fina” [1] :
Traumatismo da ordem vital e princípio da realidade
Nos últimos tempos, o Círculo vem buscando fazer da escolha do Tema do Ano não apenas a definição de um guarda-chuva temático para as atividades deste ano, mas um convite à reflexão acerca de nosso lugar, como psicanalistas e como instituição, frente aos desafios de nosso tempo.
Em um mundo no qual as bases materiais e simbólicas das quais emergem os sujeitos e sua experiencia (de si e do mundo) vêm sendo alteradas com uma velocidade e uma profundidade inéditas, o corpo teórico, os dispositivos clínicos e os arranjos institucionais da psicanálise vêm sendo interpelados de maneira aguda.
O campo psicanalítico brasileiro tem respondido a essa interpelação de uma maneira bastante criativa, saindo de uma convencional postura defensiva em relação a seus críticos detratores para ativamente se engajar com os problemas da vida psíquica atual, revisitando e renovando seu arsenal teórico-clínico.
Esse processo tem tido efeitos muito promissores na reconfiguração do debate entre psicanálise e outros campos – tanto as ciências da cultura quanto as ciências da natureza e o universo tecno científico. Além disso, tem impulsionado discussões originais e férteis no interior da teorização psicanalítica. Finalmente, tem acarretado mudanças profundas na estruturação e na atuação das instituições comprometidas com a transmissão e o exercício da clínica psicanalítica.
Foi por essa razão que em 2022 trouxemos o tema Psicanálise e Racismo para o centro de nosso debate institucional. Essa discussão se desdobrou em 2023 com o debate aprofundado acerca do impacto do racismo estrutural, não só na cultura brasileira, mas também nas instituições psicanalíticas, expresso em seu atravessamento pelos efeitos da branquitude e no consequente elitismo histórico da formação.
O debate desses temas ocorreu paralelamente ao movimento de discussão coletiva de um processo de reestruturação e aprimoramento de nossa sociedade, que resultou na aprovação do Programa de Ações Afirmativas e em um projeto de reorganização, tanto da formação quanto da dinâmica de funcionamento institucional.
Em 2024, pensamos em desdobrar esse movimento, focando agora a discussão em tópicos que convocam a uma reflexão conceitual de natureza metapsicológica. O tema proposto para o ano é: “Apenas a matéria vida era tão fina”: Traumatismo da ordem vital e princípio da realidade.
O mote é dado, como tem ocorrido nos últimos anos, por uma frase poética que condensa de modo muito feliz o cerne da questão que sugerimos abraçar. O belo verso de Caetano Veloso em Cajuína aponta para aquilo que define a vida em geral, e a vida psíquica mais ainda – a matéria fina, a abertura ontológica, e a incessante interrogação: “Existirmos, a que será que se destina?”.
Ao ser trazido para o plano de nossas questões teórico-clínicas, o tema contém dois eixos, dois tópicos que nos parece interessante articular.
O primeiro tópico busca explorar a diferença existente, no campo dos traumatismos psíquicos, entre os traumatismos neuróticos, perversos, psicóticos e os traumatismos que põem em xeque a ordem vital. O interesse teórico-clínico desta última noção reside na importância que os traumas resultantes de assédios, abusos, discriminações, exclusões, estigmatizações e opressões de qualquer tipo vêm adquirindo no momento atual. Muitos quadros clínicos contemporâneos têm como epicentro dinâmico traumatismos da ordem vital, noção que requer maior nitidez metapsicológica.
O segundo tópico trata do declínio do princípio da realidade. Este é um conceito cuja necessidade de aprofundamento teórico foi sugerida por Gilson Iannini em debate no Círculo em 2023. No contexto dos traumatismos da ordem vital, o declínio do princípio de realidade aparece em duas principais vertentes. Na primeira, como ataque ao equilíbrio narcísico do mínimo eu. Na segunda, como ataque aos processos secundários, um dos núcleos da distinção entre realidade e fantasia, componente indissociável da homeostase da ordem vital.
Os tópicos serão tratados de diversas perspectivas e em diversas modalidades de discussões teórico-práticas.
Assim, a equipe editorial dos Cadernos de Psicanálise (CPRJ) convida os membros do CPRJ e os demais pesquisadores das Ciências Humanas a encaminharem artigos sobre essa ampla temática com a qual trabalharemos ao longo de 2024. Os textos recebidos poderão ser publicados em algum dos dois volumes da nossa revista, Cadernos de Psicanálise, que lançaremos neste ano: o primeiro em agosto e o segundo em novembro.
Artigos não temáticos são recebidos de modo contínuo.
As instruções aos autores encontram-se em:
https://www.cprj.com.br/ojs_cprj/index.php/cprj/normas
Equipe Editorial
Maria Theresa da Costa Barros, Carla Penna, Regina Orth de Aragão e Henrique Sobreira
[1] Verso da música Cajuína. Caetano Veloso, 1979.